Um nome, esse sim, que fica: Tordo.

É com grande tristeza, que leio a dor de um filho nesta carta ao pai. É também com grande indignação que leio comentários de pessoas que não compreendem o que é abandonar um país. Uma família. Uma vida.

O João Tordo é para mim, o melhor escritor da actualidade em portugal. Foram vários os post’s que escrevi aqui no blog em relação às obras que li da sua autoria. Costuma dizer-se que quem sai aos seus, não degenera. Não podia estar mais correcto.

Não será normal, um homem com 65 anos, cansado de um país como o nosso, abandoná-lo? Um homem que deu tanto à nossa cultura, que sempre lutou por este país, vê-se hoje obrigado a abandoná-lo. Se é por obrigação ou vontade, sinceramente não sei responder. Acho que talvez um pouco de ambos. Mas quem somos nós para julgar as decisões de quem admiramos? Quem é esta gente, que vê centenas de pessoas a emigrar por ano ou até mais (a estatística neste momento não me importa) para fazer comentários maldosos a uma pessoa que simplesmente não tinha mais como ficar?

Estas coisas entristecem-me. Entristece-me que uma pessoa conhecida tenha de aguentar este mediatismo todo. Isto porque quando somos quem somos, as pessoas acham que podem dizer tudo o que querem. Mas na verdade, o Fernando não perguntou a ninguém se queriam que ele se fosse embora. A essa pergunta, eu tenho a certeza que todos saberíamos a resposta. Ele, como responsável pela sua vida, anunciou que ia partir. E nós, não somos ninguém para contestá-lo. É triste ver os grandes nomes de Portugal partirem. Mas muitas das vezes, a isso são obrigados.
O próprio Saramago entendeu o mesmo. E morreu em paz.

Voltando a falar do mediatismo a que estas pessoas estão expostas, por fazerem simplesmente aquilo de que são dotadas… tenho ainda mais pena, que o coração de um filho não suporte tais comentários e tenha de recorrer ao melhor que sabe fazer para demonstrá-lo. Acredito que para ele não será fácil ter de se envolver nesta polémica. Se bem que pelo que conheço do João, ele  não se importa nem um pouco com este tipo de mediatismos. Mas afinal… qual seria o filho que aguentaria?

Só tenho a desejar tudo de bom ao Fernando Tordo. Quer seja aqui, no Brasil ou em qualquer parte do mundo. Somos donos de nós próprios (enquanto pudermos). Vai continuar a ser o mesmo homem de sempre e vai continuar com certeza a fazer o que melhor sabe: música.

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